Georgina de Albuquerque

Georgina de Albuquerque

 

Foto de Georgina com os dois filhos. (Fotografia de M. Nogueira da Silva)

Georgina de Albuquerque, pintora, desenhista e professora brasileira.

Taubaté - SP, 4 de fevereiro de 1885

Rio de Janeiro - RJ, 29 de agosto de 1962

 

Georgina Moura Andrade de Albuquerque, iniciou os estudos em pintura aos 15 anos, em 1900, na cidade de Taubaté. Sob a tutela do pintor italiano Rosalbino Santoro, que vivia em sua casa. Como aluna de Santoro, Georgina expôs pela primeira vez, em 1903, na X Exposição Geral de Belas Artes.

Em 1904, aos 19 anos, Georgina mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro. Na capital fluminense, ingressando na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluna do pintor Henrique Bernardelli, irmão do escultor Rodolfo Bernardelli e do pintor Félix Bernardelli. Henrique lecionou na escola até 1906, quando foi substituído por Eliseu Visconti. Um ano após ter ingressado na Escola Nacional de Belas Artes, Georgina participou da XII Exposição Geral, mas sem declarar que pertencia à instituição, destacando apenas o nome de seu mestre, Bernardelli.

Em março de 1906, Georgina casou-se com o pintor Lucílio de Albuquerque, natural do Piauí, que ela havia conhecido na Escola Nacional de Belas Artes. Laureado, em 1905, com um prêmio que lhe garantia uma viagem ao exterior, Lucílio foi à França no ano seguinte, acompanhado da esposa, para estudar. Georgina completaria a formação artística frequentando a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts e as aulas livres da Academia Julian.

Georgina se tornou a primeira mulher brasileira a obter sucesso nas rígidas avaliações de ingresso da Escola Nacional de Belas Artes francesa.

Em 1920, Georgina tornou-se a primeira mulher brasileira a participar de um júri de pintura, tal fato foi resultado da medalha de ouro que ela recebeu um ano antes, na Exposição Geral de Belas-Artes de 1919. Participar de um jurado de pintura ajudou a pintora paulista a consolidar uma base institucional, assim como uma posição bem-sucedida dentro da Academia.

Um dos anos mais emblemáticos para a maturação do estilo artístico de Georgina de Albuquerque foi 1922, até então, a pintura histórica brasileira era restrita ao universo masculino. Entretanto, com a obra Sessão do Conselho de Estado (óleo sobre tela, 210 cm por 265 cm), Georgina rompe com esse paradigma, tornando-se a primeira pintora histórica brasileira de que se tem registro. Atualmente a obra Sessão do Conselho de Estado encontra-se no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.

No ano de 1927, Georgina passou a fazer parte do corpo da Escola Nacional de Belas Artes como livre-docente. Posteriormente, ela assumiu o posto de catedrática-interina, tornando-se, em 1952, a primeira mulher a ocupar a diretoria da instituição.